Qual é a função de um oftalmologista? Entenda a importância desse especialista para a sua saúde visual

Em um cenário onde distúrbios visuais se tornam cada vez mais comuns, seja por fatores genéticos, ambientais ou pelo uso constante de telas digitais, entender o papel do oftalmologista é mais do que uma curiosidade — é uma necessidade.

Para esclarecer as responsabilidades e a importância desse profissional na medicina atual, esta reportagem foi desenvolvida com base em uma entrevista com o Dr. Aron, referência em oftalmologia e diretor clínico da Clínica Vizon, em Campinas.

O que faz um oftalmologista? Entenda sua função médica essencial

O oftalmologista é um médico especializado no diagnóstico, tratamento e prevenção de doenças relacionadas aos olhos e à visão. Sua formação vai muito além da simples prescrição de óculos.

Após concluir a graduação em Medicina, o profissional segue por anos de residência e especializações voltadas ao funcionamento do sistema ocular e suas possíveis patologias.

Principais atribuições de um oftalmologista

• Diagnóstico de doenças oculares como catarata, glaucoma, retinopatia diabética, degeneração macular, entre outras.
  
• Tratamento clínico e cirúrgico de enfermidades que comprometem a visão.
• Prescrição de lentes corretivas (óculos ou lentes de contato).
• Realização de exames oftalmológicos de rotina e de alta complexidade.
• Acompanhamento de pacientes com doenças sistêmicas que afetam a visão, como diabetes e hipertensão.
• Cirurgias especializadas, incluindo correções refrativas, transplantes de córnea, tratamento de estrabismo e cirurgias de retina.

A oftalmologia é uma especialidade dinâmica, com interface direta com a tecnologia e com a saúde preventiva. O papel do oftalmologista vai muito além do consultório, sendo decisivo para evitar quadros de cegueira evitável.

Consulta oftalmológica: quando e por que procurar o especialista

Muitas pessoas acreditam que a consulta com um oftalmologista só se faz necessária quando há queixas visuais evidentes. Essa ideia, no entanto, pode atrasar o diagnóstico de doenças silenciosas, como o glaucoma ou a retinopatia diabética, que se desenvolvem sem sintomas nas fases iniciais.

Principais sintomas que indicam a necessidade de avaliação oftalmológica:

• Visão embaçada ou turva
• Dor nos olhos ou ao redor deles
• Vermelhidão persistente
• Perda repentina da visão
• Fotofobia (sensibilidade à luz)
• Dificuldade para ler ou dirigir
• Visão dupla
• Percepção de manchas ou “moscas volantes”
  

Mesmo na ausência de sintomas, é fundamental manter um acompanhamento periódico. A tabela abaixo mostra a frequência ideal de consultas:

Exames realizados por um oftalmologista: da rotina ao diagnóstico avançado

A consulta com um oftalmologista envolve uma sequência de exames clínicos e tecnológicos. Alguns são considerados básicos, enquanto outros são utilizados de forma complementar para diagnósticos mais precisos.

Exames comuns em uma consulta oftalmológica:

• Acuidade visual: determina o grau de nitidez da visão.
• Refração: define o grau de correção necessário (miopia, astigmatismo, hipermetropia).
• Tonometria: mede a pressão intraocular (essencial na detecção do glaucoma).
• Mapeamento de retina: avalia a retina e estruturas do fundo do olho.
• Teste do olhinho (em bebês): detecta alterações congênitas.

Tecnologias avançadas aplicadas nos exames oftalmológicos:

• OCT (Tomografia de Coerência Óptica): cria imagens em alta resolução da retina.
• Retinografia digital: fotografia detalhada do fundo do olho.
• Campo visual computadorizado: detecta perda de visão periférica.
• Pentacam: análise completa da córnea e câmara anterior.
  

Esses recursos permitem identificar precocemente doenças como degeneração macular, glaucoma e retinopatias, melhorando significativamente o prognóstico visual do paciente.

Subespecialidades da oftalmologia: cuidados específicos para cada condição

A oftalmologia é uma das especialidades médicas mais segmentadas. Cada subárea foca em um aspecto específico da visão ou da anatomia ocular.

Essa divisão permite que o tratamento seja altamente especializado, aumentando as chances de sucesso terapêutico em casos complexos.

Oftalmologia preventiva: a chave para evitar doenças silenciosas

A maioria das doenças oculares crônicas é assintomática em seus estágios iniciais. Isso significa que o diagnóstico precoce, feito por um oftalmologista, é o único caminho para preservar a visão antes que os danos se tornem irreversíveis.

Doenças que podem ser detectadas precocemente:

• Glaucoma: pressão intraocular elevada que pode causar cegueira.
• Retinopatia diabética: lesões na retina causadas por diabetes mal controlado.
• Degeneração macular relacionada à idade (DMRI): afeta a visão central.
• Catarata: opacificação do cristalino, comum a partir dos 60 anos.
• Erro refrativo não corrigido: pode levar à ambliopia (olho preguiçoso) em crianças.

A prevenção é mais eficiente e menos onerosa do que qualquer tratamento cirúrgico. Consultas regulares com o oftalmologista são essenciais em todas as fases da vida.

Avanços recentes e novas tecnologias em oftalmologia

Nos últimos anos, a oftalmologia incorporou inovações significativas que transformaram diagnósticos e tratamentos, tornando-os mais precisos, seguros e acessíveis.

Principais avanços da área:

• Cirurgia de catarata com laser de femtosegundo: mais precisão e menor tempo de recuperação.
• Lentes intraoculares premium: corrigem visão de perto e de longe no mesmo implante.
• Terapia genética para distrofias hereditárias da retina: ainda em fase de pesquisa, mas com resultados promissores.
• Monitoramento remoto da pressão intraocular em glaucomatosos: uso de sensores em lentes de contato.
• Inteligência artificial aplicada ao diagnóstico retinal: auxilia na triagem em larga escala de doenças como diabetes ocular.

Essas inovações ampliam a capacidade do oftalmologista de intervir de forma precoce e menos invasiva.

Quando a consulta com oftalmologista deve ser imediata

Existem sinais e sintomas que indicam urgência oftalmológica. Nesses casos, o atendimento deve ser feito o mais rápido possível para evitar complicações sérias:

Sinais de alerta para procurar o oftalmologista com urgência:

• Perda súbita de visão (total ou parcial)
• Dor ocular intensa
• Flashs de luz ou visão de sombras
• Trauma ocular direto
• Exposição química acidental nos olhos
• Vermelhidão com secreção purulenta

O oftalmologista como aliado na detecção de doenças sistêmicas

O exame oftalmológico também revela condições que vão além dos olhos. Muitas vezes, é o próprio oftalmologista quem detecta pela primeira vez sinais de doenças como:

• Diabetes mellitus: alterações nos vasos da retina.
• Hipertensão arterial: hemorragias e estreitamento arterial no fundo do olho.
• Doenças autoimunes: inflamações oculares recorrentes.
• Tumores cerebrais: visão dupla ou perda visual periférica súbita.

Isso demonstra a importância de não negligenciar os exames oftalmológicos, mesmo quando não há sintomas visuais evidentes.

Visão saudável exige acompanhamento especializado

A função do oftalmologista transcende a prescrição de óculos. Esse profissional é essencial para o cuidado integral da saúde ocular, desde a infância até a terceira idade. A visita regular ao oftalmologista não é opcional — é uma medida preventiva de alto impacto.

Com as novas tecnologias disponíveis, doenças outrora incapacitantes hoje podem ser tratadas ou controladas com eficácia, desde que diagnosticadas a tempo.

Não espere pelos sintomas. Agende suas consultas e proteja um dos seus bens mais valiosos: a visão.